Consumismo vegano - uma visão ecovegana (2020)


Abolicionismo é a postura contrária à propriedade sobre entes sencientes. Veganismo é um conjunto de práticas decorrentes desse princípio direcionadas aos animais não-humanos.

   Contudo, uma forma mais sutil de propriedade sobre os animais, é a propriedade sobre seus ambientes, o que, costumeiramente, gera uma série de impactos negativos sobre suas vidas e, não raramente, alta mortalidade.

          Se expandirmos o foco do veganismo para além da existência ou não de animais mortos ou torturados no próprio produto a ser comprado e incluirmos o sofrimento e a morte de animais atingidos pelos impactos ambientais da produção de bens (proposta que defendo como a necessidade de um ecoveganismo - leia mais), provavelmente deveríamos cortar ao máximo o consumo de qualquer coisa.

Um mercado vegano é preciso, obviamente. Precisamos nos alimentar, nos vestir etc. Contudo, é preciso tanto que tal mercado tenha o máximo possível de preocupações ambientais, no limite do que a atual tecnologia permite, quanto que tentemos consumir o mínimo possível.

          O veganismo é, antes de tudo, um compromisso ético, e não apenas a busca por novos sabores. Assim sendo, não podemos perder de vista que o veganismo exige o constante exercício da busca por menor impacto sobre entes sencientes – capazes de sofrer.

Tal esforço não parece se fazer presente nos hábitos comuns dos veganos, o que faz com que o resultado de nossas ações sobre os animais silvestres seja nulo ou quase nulo. Animais silvestres são tão sencientes quanto os domesticados. Não há como ocultar tal fato e, por mais que isso possa diminuir a alegria vegana com o recente crescimento exponencial das opções de consumo (e essa é uma característica bizarra do momento atual do veganismo: sua alegria), ele deve ser seriamente encarado.

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