COVID-19: a pandemia do especismo
COVID-19: a pandemia do especismo
Coronavírus são comuns em diversos animais, silvestres e domesticados. Algumas formas desse vírus podem chegar até nós, nos atingindo por via do contato com tais animais.
“Contato”, no caso, é uma forma bastante branda de falar “exploração”, “tortura" ou “assassinato".
Em 2002, conhecemos a Síndrome Respiratória Aguda Grave, a SARS, transmitida aos humanos por via do consumo (assassinato e ingestão) de animais silvestres (possivelmente da civeta-africana, também conhecida como gato-de-algália) na região de Guangdong, na China.
Em 2012, conhecemos a Síndrome Respiratória do Oriente Médio, a MERS, transmitida aos humanos, provavelmente, por via da exploração de camelos.
Em 2019, conhecemos a COVID-19, transmitida aos humanos por via do consumo de animais vendidos vivos em um mercado da China, no qual diversos animais silvestres costumam aguardar engaiolados e aprisionados para serem comprados ou assassinados.
As causas dessas epidemias são, portanto, o carnismo e o especismo.
Iniciada a pandemia de COVID-19, cientistas e empresas passaram a correr atrás de vacinas e medicamentos, testando esses produtos em inúmeros indivíduos de diversas espécies de animais vivos.
Em suma: por torturarem e matarem animais, a doença atingiu nossa espécie. Por conta de a doença ter atingido nossa espécie, torturamos e matamos animais.
O parágrafo acima resume o modo como a humanidade costuma se inserir na teia de relações que forma aquilo que entendemos por mundo, e o descalabro moral que o define.
Tal descalabro moral hedonista e ególatra é um sintoma fundamental de nossa mais antiga pandemia, a doença que nos acompanha há milênios e por todo o mundo: nossa mesquinhez ética, manifesta em nossa dificuldade crônica em sermos compassivos em relação ao sofrimento de todos os entes sencientes que compartilham conosco a existência neste planeta.
Para isso, contudo, nossas melhores vacinas e remédios têm obtido resultados pífios.
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